Sou filha da madrugada.
Rasguei o ventre materno
e, numa ânsia de viver
dei o meu primeiro grito à lua.
Abri meus olhos num vale humilde
e, mergulhei no mar da vida.
Naveguei por mares límpidos e serenos,
enfrentei tempestades d' alma,
arrastei-me em catastróficos tsunamis,
flutuei num mar de amor, puro e leal,
naufraguei em mares de incertezas,
velejei sem rumo ao sabor da corrente.
Debati-me com ondas feitas de desilusão,
carregadas de dor e solidão.
Emergi das profundas águas salgadas,
como quem se desprende
de redes tecidas de medos,
dissabores e esquecimento...
Para de novo mergulhar,
no mar profundo dos meus sentidos,
salgados por emoções e sensibilidades,
onde encontro a força e coragem
para enfrentar novas marés!!!
A.A.A.